Com o número de pessoas que usam e-mail globalmente se aproximando de 5 bilhões, boletins entregues regularmente nas caixas de entrada das pessoas continuam parecendo uma maneira eficaz de chamar a atenção para o que você está escrevendo. Agora, em um sinal da popularidade do meio, uma das startups que está construindo uma plataforma para criar e distribuir boletins está anunciando um financiamento. A beehiiv, sediada em Nova York, levantou US$ 33 milhões, financiamento que ela utilizará para expandir seus negócios, bem como as capacidades técnicas de sua plataforma.
A NEA lidera essa Série B com a Sapphire Sport e o investidor anterior, Lightspeed Venture Partners, também participando. A startup não está divulgando sua avaliação com esta rodada, mas até o momento ela já levantou US$ 46,5 milhões.
O dinheiro está chegando após um crescimento significativo. Quando cobrimos a Série A de US$ 12,5 milhões da beehiiv em junho de 2023 (uma rodada liderada pela Lightspeed), a empresa tinha 7.500 boletins ativos com 35 milhões de leitores únicos e 350 milhões de impressões mensais. Agora, a empresa está enviando 1 bilhão de e-mails por mês de cerca de 20.000 boletins ativos (não divulgou o número de leitores únicos, embora esse número certamente também tenha aumentado). Os usuários de boletins incluem tanto escritores individuais (além de “marcas” individuais: Arnold Schwarzenegger está entre seus clientes) quanto organizações maiores como a Boston Globe Media e a Brex.
Isso parece ser muitos boletins, mas a beehiiv está em busca de mais. No último ano, a startup também construiu e lançou uma rede de publicidade que complementa uma variedade de camadas de preços com base em diferentes recursos e funcionalidades. (A empresa afirma que, em um mês médio, seus clientes coletivamente geram cerca de US$ 1,2 milhão em receitas mensais em sua plataforma.)
O CEO e co-fundador Tyler Denk descreveu a rede de anúncios introduzida como o “santo graal” para os anunciantes, devido à forma como pode vincular campanhas específicas a audiências de nicho que podem ser mais atentas a vê-las e responder a elas. “Também significa que esses boletins agora podem monetizar com anúncios, como os do Netflix os patrocinando,” acrescentou ele.
Nicho ou não, os modelos de negócios de publicidade digital são baseados em economias de escala, portanto, o foco será em investir mais em marketing e firmar acordos com editoras maiores para trazer mais inventário para a mistura.
“Estamos apenas dois anos nisso e temos um bilhão de e-mails sendo enviados,” disse Denk, referindo-se ao período entre a fundação em outubro de 2021 e agora como “indo de zero a um.”
“Obviamente, isso é o mais difícil de fazer. Agora que temos escala, estamos buscando efeitos de rede,” acrescentou.
Denk e os co-fundadores Benjamin Hargett e Jacob Hurd já trabalharam juntos na Morning Brew — uma editora que realmente inovou na alavancagem de boletins — e essa experiência prévia ajudou a beehiiv a focar principalmente em editoras e “conteúdo” até agora. No entanto, ao ser questionado se e quando a beehiiv poderia explorar a construção da outra parte do negócio de boletins — focando em e-mails de marketing — Denk não descartou essa possibilidade ao longo do tempo. “E-mail é e-mail,” ele disse.
A empresa não está sem uma enorme gama de concorrentes. Além da Substack — possivelmente a startup que trouxe os boletins de volta à conversa quando começou a ganhar destaque há alguns anos — há concorrentes de código aberto. Estes incluem Buttondown e Ghost, que neste mês anunciou que começaria a suportar o ActivityPub para se integrar mais de perto com outras plataformas sociais que utilizam o formato “fediverse”. Serviços como HubSpot e MailChimp também fazem parte da lista, com uma forte origem na área de marketing por e-mail. E há muitos, muitos mais.
Se isso será suficiente para diferenciar o negócio em um mercado muito lotado é um desafio. Denk observou que uma maneira pela qual a beehiiv espera se destacar e se diferenciar da multidão é tornando fácil para os clientes migrarem para sua plataforma e, por meio de uma API, a utilizarem em conjunto com as ferramentas de CRM ou outras que preferirem utilizar.
A outra grande tarefa para a beehiiv será medir e combinar os gostos dos consumidores e de seus clientes. Entre este último grupo, as editoras estão preocupadas enquanto avaliam as muitas maneiras pelas quais seus trabalhos estão se tornando mais difíceis, e isso pode tornar o jogo dos boletins um pouco mais fácil a curto prazo.
Eles estão lidando com as mudanças do Google e seus algoritmos; a queda do Facebook como motor de tráfego; o grande afastamento da leitura na internet para o surgimento de aplicativos como TikTok e Instagram e seus formatos altamente visuais; e o que tudo isso significa para sua publicidade e tráfego. Alguns considerarão paywalls, outros não.
Tudo isso significa que agora pode ser uma janela de oportunidade para boletins, e para empresas como a beehiiv realmente crescerem. Mas “pico”-alguma coisa é um risco real — e nos dias de hoje, isso pode se aplicar tanto a meios tradicionais quanto a plataformas virais. O pico do interesse também é onde surge o desafio do consumidor. Os consumidores têm sido muito entusiasmados com as assinaturas de boletins nos últimos anos, mas manter esse interesse à medida que suas listas de leitura ficam mais longas é complicado para as editoras e, por associação, suas plataformas de boletins.
Os investidores ainda acreditam que, mesmo com muitos “e se”, existem grandes oportunidades pela frente para a beehiiv.
“O e-mail é um dos canais digitais mais duradouros, mas existe um enorme potencial não explorado para as editoras crescerem e monetizarem audiências de boletins,” disse Danielle Lay, partner da NEA, em comunicado. “Acreditamos que Tyler e sua equipe são pioneiros neste espaço e construtores verdadeiramente centrados no cliente. Estamos empolgados em nos associar a eles para estabelecer a beehiiv como a principal plataforma de e-mail para criadores e anunciantes.”
